domingo, 13 de fevereiro de 2011

No Além-mar

Sentados nessa praia, observamos o mar, sem poder atravessá-lo de uma vez, pra conhecer o que há além dele. O que está em nossas mãos é assistir as ondas irem e virem, as marés altas, as marés baixas, descobrir que as ondas que se vão hoje podem ser as mesmas que voltam amanhã, ou que não voltam nunca mais.
Dos eventuais desembarques provêm pessoas que chegam nessa praia para não deixar-nos completamente sós; vêm acompanhadas da nossa alegria, vêm acompanhadas da nossa tristeza. Nós decidimos quais vão nos atingir. Nos eventuais embarques, sempre levam algo de nós, seja bom ou seja mal, mas sempre deixam também.
Contemplamos da areia o milagre dos peixes que nos são dados, das tempestades que movem moinhos; nessa praia o sol é forte, mas Deus sempre nos dá uma sombra.
Tudo isso leva tempo, tempo é uma vida; só podemos contempalar pois nada podemos contra o destino. Então, quem sabe, o destino seja construir uma jangada.

                                                                               Silvana Fernandes

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