Em outubro de 2008 eu com 15 anos sofria, chorava ,eu amava, eu mal sabia como era, mas tinha a convicção que toda aquela perda era tão intensa, que eu me sentia vazia a cada dia que passava.
Em março de 2004 eu ria, eu descobria, eu armava, eu mal sabia como era, não sabia que aquilo era meu primeiro contato com pessoas realmente diferentes, que não era mais criança, que não pensava mais como tal.
Em dezembro de 2011 meus olhos brilhavam, eu tinha alguém que dependia de mim, eu tinha ternura, eu mal sabia como era, mas eu tinha pedido tanto aquilo, queria dar amor, tinha desejado essa presença por todos os dias a partir daquele, o melhor presente de todos.
Em setembro de 2012 eu era eterna, independente, intensa, eu mal sabia como era, mas estava amando aquela condição, de assumir o novo, o natural que eu queria ser, a escolha, o mutável.
Em janeiro de 2015 eu descobria, eu era livre, eu tinha coragem, eu mal sabia como era, eu apenas tinha tudo pra viver, e com calma o inesperado finalmente apareceu, ele estava ali andando comigo, um encontro adorável.
Em junho de 1998 eu tive sorte, tive carinho, tive família, eu mal sabia como era, mas me adaptei ao destino, todos aprendemos e superamos juntos o caminho.
Em novembro de 2000 eu fui abençoada, eu renasci, eu tive continuidade, eu mal sabia como era, uma vida enfim compartilhada, uma vida para somar amor, e dividir diferenças.
Em maio de 1999 eu brinquei, eu senti o vento no sorriso, eu era amiga, eu mal sabia como era, mas gostei muito, encontrei alguém para multiplicar alegrias, um conforto de pessoa.
Em fevereiro de 2012 eu cantei, eu sonhei, eu era verão, eu mal sabia como era, até eu realmente pisar os pés no chão e sentir a adrenalina por um ano inteiro.
em março de 2008 eu me senti vulnerável, sozinha, e pequena, eu mal sabia como era, mas ergui a cabeça e abri os horizontes pra algo bom, apostei, fui confiante e deu super certo.
Em novembro de 2010 eu me senti desejada, eu fazia parte, eu tinha colegas, eu mal sabia como era, só sabia que quando terminasse um ciclo ele não precisava morrer dentro de nós, e que se sentir desejada não era feio, era tão bom quanto ganhar na loteria.
em janeiro de 2013 eu era tristeza, era luto, eu era falta, eu mal sabia como era, como era o sentimento de impotência.
Em março de 2014 eu era trabalhadora, era capaz, era útil, eu mal sabia como era, eu só sabia que queria ser assim pelo resto da vida, aprendi a dar valor ao esforço, e o gostinho da solidariedade.
Em outubro de 2014 eu implorei, eu prometi, eu rezei, eu mal sabia como era, eu fui contemplada, e o agradecimento fazia todo o sentido, justifiquei a fé que em mim foi depositada.
Em março de 2015 eu ...... agora serei mais uma vez Lísia.